Dirigido
por Yvan Attal, drama mostra relação entre uma francesa de origem árabe e um
professor preconceituoso. Sessão ocorre nesta terça (21)
A próxima sessão da mostra Choque de Cultura, especial de agosto
do projeto de cinema do Sesc Thermas de
Presidente Prudente, o Cine Bosque,
exibe uma produção atual, tanto por sua data de lançamento, como por seu
contexto. Transmitido nesta terça (21), o drama franco-belga O Orgulho apresenta uma história que
revela o poder das palavras e a intolerância à diversidade cultural,
representados pela relação entre uma estudante francesa de origem árabe e um
professor preconceituoso. A sessão começa às 19h30, com entrada gratuita.
Dirigido por Yvan Attal, ator
e diretor israelense radicado na França e filho de argelinos, o longa-metragem
narra a história de Neila Salah (Camélia Jordana), uma jovem nascida na França
filha de imigrantes árabes, mas que não é considerada pela sociedade em geral
uma cidadã francesa. Neila é uma estudante de direito em uma das principais universidades
de Paris e sonha ser advogada.
A trama se inicia quando a jovem
chega atrasada no primeiro dia de aula, chamando a atenção do professor Pierre
Mazzard (Daniel Auteil), que começa a humilhá-la na frente de todos e desfere
uma série de provocações raciais, despertando a ira dos outros estudantes, que
filmam a discussão e fazem o vídeo viralizar. Apesar dos alunos veteranos conhecerem
o professor de longa data e parecerem tratá-lo mais como uma figura folclórica
do que como um racista de fato, inúmeras queixas são registradas contra o
docente.
Ameaçado de demissão, já que
a repercussão do vídeo foi imensa e a instituição tenta dissociar sua imagem da
extrema direita e da elite, seus superiores lhe propõe uma segunda chance, na qual
ele é desafiado a preparar a moça para vencer um concurso acadêmico de
eloquência.
Colocado no cargo por
influência de um diretor amigo, o docente possui uma grande capacidade de
argumentação e agilidade mental, aliadas a um sarcasmo profundo e humor afiado,
o que faz dele uma grande duelista em uma discussão.
Munido de Schopenahuer, Aristóteles
e outros filósofos, o professor vai conseguindo conquistar a simpatia e a
cumplicidade da aluna, em uma relação que evolui para o respeito, mas passa por
muita agressão mútua. As diferenças são enormes, assim como a quantidade de
ensinamentos que um pode oferecer ao outro.
Apesar do aspecto de
superação das diferenças em nome de algo maior, o filme se mostra atual e
arrojado, conectado com os atuais conflitos raciais e os problemas sociais que
a França, e a Europa como um todo, vivem. O texto apresenta uma heroína que,
apesar de representar uma minoria, é empoderada o suficiente para ascender e
conquistar seus objetivos.
Vale lembrar que, no mês
passado, a França venceu a Copa do Mundo com um time formado por vários
jogadores com ascendência africana e árabe. A seleção é um motivo de orgulho
para os franceses, mas até que ponto ela é exceção?
Valores, tradições,
costumes: o conjunto desses elementos constitui a cultura de um povo ou de um
grupo de identificação. Quando pessoas diversas se relacionam, o choque
inicial, geralmente, é inevitável. Mas, os filmes que compõem a mostra Choque de Cultura mostram que mais
desafiador – e proveitoso – do que entrar em conflito com o outro, é conhecer e
conviver com ele. A mostra se encerra no dia 28, com a exibição do
longa-metragem Ciganos da Ciambra.
SERVIÇO
CINE
BOSQUE – MOSTRA “CHOQUE DE CULTURA”
Filme
– O Orgulho
(FRA/BEL,
2018, 95 minutos. Drama. Direção: Yvan Attal).
Dia 21 de agosto,
terça-feira, às 19h30.
No Bosque do Sesc Thermas.
Grátis. Classificação indicativa: 12 anos.
AI
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